1) Zanzei: Como você avalia o seu primeiro CD solo Reflexo?
CC- Não avalio (risos). Eu gosto dele, sabe como é? Tipo amor de mãe.
O que posso dizer é que é um disco muito especial pra mim, sobretudo, por revelar a mim mesma o meu lado cada vez mais forte de compositora. Nesse momento ando grávida do segundo.
O que posso dizer é que é um disco muito especial pra mim, sobretudo, por revelar a mim mesma o meu lado cada vez mais forte de compositora. Nesse momento ando grávida do segundo.
2) Zanzei: No seu disco reflexo, você assina a maioria das composições. Como acontece na hora de compor? No que se inspira para compor?
CC- Compor é uma delícia. Me faz muito bem. Geralmente quando há parceria faço a letra e quando faço só já vem junto letra e música. Dificilmente musico texto de alguém, mas não é uma regra, aliás, o que se quer é não ter regra. Cada música acontece de um jeito, cada parceiro é de uma forma, cada tema se revela aos poucos ou de uma vez só, em frente ao computador, no carro... O grande barato pra mim é que levo de forma lúdica, prazerosa e dou asas à criatividade.
3) Zanzei: Como começou a idéia de ser diretora musical de peças infantis?
CC- Comecei no teatro junto com Sururu, já numa peça de grande porte. “De Getúlio à Getulio – a história de um mito” – Com Sérgio Brito, Osmar Prado e grande elenco. Fabiano Salek fez a direção musical e eu fiquei sendo assistente de direção musical da peça, além de tocar e cantar. Eu então tinha 21/22 anos e foi paixão à primeira vista pelo teatro, que já adorava como público, e passava a adorar toda a sua mecânica de criação, pesquisa e sincronia dentro de um roteiro, com personagens e etc... Depois disso, tocando e cantando, participei da peça Soppa de Letra com Pedro Paulo Rangel, que foi uma revolução na minha cabeça. O roteiro era todo feito com letras do nosso cancioneiro popular (bem diverso) e encenado por esse ator maravilhoso! Aí, a paixão virou amor e fui me embrenhando cada vez mais. Menos do que gostaria até. Fiz algumas peças com menos infra-estrutura, digamos assim, mas que me foram muito prazerosas também. Fiz direção musical de uma peça infantil, uma adaptação de Molière para crianças. Foi um barato. Com direito a bandinha de panelas, misturas sonoras etc... Trabalhei num musical sobre Nossa Senhora Aparecida (Como preparadora vocal e diretora musical) e Canto de amor à Gerais (uma peça musicada só com texto de poetas mineiros). Taí, adoraria trabalhar mais com teatro...
4) Zanzei: Em 2007 você participou de uma turnê mundial (Chicago, Marrocos e Tunísia) em comemoração aos 50 anos da Bossa Nova ao lado do pianista Itamar Assière. Como foi essa experiência?
CC- Foi muito legal! Uma experiência incrível. Fui a convite das embaixadas brasileiras, representando a nossa música. Minha afinidade com Bossa- Nova é muito grande e ter Itamar Assière é um luxo e um prazer. Nós também temos muita afinidade e fizemos diversos trabalhos juntos, além de também tê-lo no Reflexo. A receptividade em Chicago foi maravilhosa, aliás, como quase todas as vezes que fui aos EUA tocar e cantar. Os americanos gostam e respeitam a música brasileira, sobretudo, a Bossa-Nova. Muitos brasileiros residentes em Chicago ficaram emocionados com o show (que também tinha slides das paisagens bossa novísticas do Rio de Janeiro). Já no Marrocos e na Tunísia foi in-crí-vel! Saiba você que os Árabes também gostam de Bossa-Nova. E eu lá, sem lenço na cabeça (muitos risos). Quase sem lenço e sem documento, como disse Caetano.
5) Zanzei: Desde os 14 anos você esta ligada a música. Como você vê a evolução e o cenário musical nos dias de hoje.
CC- Quando comecei aos 14 anos e definitivamente troquei as sapatilhas de Balé por um violão e em seguida o canto, tudo era uma grande brincadeira. Ainda era criança e não sabia nada além do enorme prazer que a música me causava. Será que ainda continuo assim? Nem tanto, talvez. O que vejo é que tem muita gente boa e sinto uma renovação de ares maravilhosa nos últimos tempos.
6) Zanzei: Sendo uma das fundadoras do grupo sururu na Roda como você avalia essa parceria?
CC- São 8 anos! Um trabalho muito bonito que vem ganhando espaço cada vez mais.
7) Zanzei: O que você vem escutando atualmente?
CC- Sempre muita coisa: dos clássicos aos novos. E sempre muito eclética.
8) Zanzei: Quais os artistas que mais lhe influenciaram para formar a sua musicalidade?
CC- Se a pergunta tivesse sido os cantores (as), compositores (a) ou músicos que me influenciaram, acho que não poderia listá-los aqui porque são inúmeros. Mas artistas que me influenciaram na maneira de pensar, sentir e fazer música foram: Chico Buarque, Caetano Veloso, Egberto Gismonti, Elis Regina, Cartola, Fátima Guedes, Luiz Tatit, Zé Miguel Wisnik, Tom Zé, Tom Jobim, Nei Lopes, Maria Bethânia, Nara Leão, Paulo César Pinheiro, Aldir Blanc, Guinga, Monica Salmaso, Clementina, Adoniram Barbosa, Beatles, Stravinsky, Clara Nunes, Arnaldo Antunes, Sidney Miller, Rita Lee, Gonzaguinha, Noel Rosa e Villa Lobos. Certamente esqueci alguém (risos).
9) Zanzei: Cantora, compositora e violonista. Qual desses talentos você mais gosta?
CC- De preferência tudo e junto (risos).
10) Zanzei: Você é uma artista que da muito valor a cultura brasileira nos seus diversos estilos como: samba, xotes, choros e etc. Qual a sua visão da juventude brasileira não conhecer a sua própria cultura?
CC- Sim. Eu amo a música Brasileira. Nosso povo, nossa gente, nossa história e cultura. Nossa música é uma das mais ricas do mundo. Mergulhar nesse universo é sem duvida fascinante, difícil até de garimpar, há muito ouro, tanto do que já foi como do que se renova. Desejo que a juventude brasileira possa cada vez mais entrar em contato com nossas riquezas e diversidades.
Mensagem ao Zanzei.
“Mesmo que os cantores sejam falsos como euSerão bonitas, não importaSão bonitas as cançõesMesmo miseráveis os poetasOs seus versos serão bons...”
“Mesmo que os cantores sejam falsos como euSerão bonitas, não importaSão bonitas as cançõesMesmo miseráveis os poetasOs seus versos serão bons...”
JOGO RÁPIDO
Livro: “Livro do desassossego”(Fernando Pessoa).
CD: Ah! Aquele da Nana Caymmi com Camargo Mariano me marcou profundamente.
Música: São tantas...
Compositor: Chico Buarque.
Instrumento: Voz e Violão.
Cantora: Voz de Elis, Eliseth, Clara, Nara, Fátima Guedes, Salmaso, Calcanhotto...
Cantor: Caetano
Show: Atualmente vi o Show do Vitor Ramil com Marcos Suzano e achei maravilhoso!
Cantor: Caetano
Show: Atualmente vi o Show do Vitor Ramil com Marcos Suzano e achei maravilhoso!
Cidade: Rio/Paris/Rio.
Time: Brasil na Copa – Simpatizo com o Flamengo e com o Fluminense.
Cor: Um Arco íris.
Atleta: Senna.
Filme: Sou cinéfila total.
Ator: Pedro Paulo Rangel.
Atriz: Lilia Cabral.
Programa de TV: Quase não vejo TV.
Escola de Samba: Portela e Mangueira, né?
Ídolo: Gentileza.
Sonho: Sonho 70, do Egberto Gismonti.
Viagem: Adoro viajar, sobretudo à trabalho.
Um comentário:
Legal teu blog dedicado a música. É dedicado a música, né? Sei lá... ultimamente tenho dito tanta besteira...
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